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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Capítulo 4 - A Mordida

A Mordida

Parecia que o mundo havia parado naquele instante. De repente ela abriu sua boca e num ato de desespero, tentou gritar, mas como poderia gritar embaixo d'água, ela então começou a afogar-se, e em meio ao sofrimento olhava para ele com o rosto aterrorizado. Não esperava uma rejeição tão categórica, e naquele instante, não sabia exatamente o que fazer, apenas olhava a humana se afogar. Foi quando sentiu a mordida, forte e poderosa.
Virou-se imediatamente, sentindo a dor percorrer o seu corpo, um enorme Clausípero, também conhecido como peixe-carrasco, com o dobro do seu tamanho, estava a lhe morder a coxa ferozmente, expandiu se tórax liberando energia a ponto de torrar o animal, que afundou lentamente e desapareceu, levado pela corrente.

- Caramba, como não presenti a chegada dessa criatura.

E então ele se lembrou, havia esquecido da garota. Começou a procurar incessantemente até avista-la, ja sem conciência, a ser levada para as profundezas, imediatamente, ele a segurou em seus braços e a levou para a praia.
Seu rosto estava pálido e por um minuto ele imaginou que a teria perdido, mas seu coração ainda batia em seu peito, não sabia o que fazer naquela situação, tentou reanima-la, mas temia usar seu poder e feri-la ainda mais, apenas balançou seu corpo inerte. Então ouviu gritos e barulhos de passos, e avistou um grupo de humanos correndo em sua direção, sua vontade inicial era de afogar a todos eles, mas conteve-se e lançou-se outra vez ao mar.

- Malditos humanos, porque sempre aparecem em momentos inoportunos.

Nadava com raiva e enquanto cortava as ondas, pensava consigo mesmo, bem talvez tenha sido melhor assim, eles vão saber cuidar dela, mas outra coisa o preocupava agora, o que um Clausípero estaria fazendo nas praias de Archain, esses mostros dificilmente saiam dos abismos submarinos?

- Mas isso tudo tem um lado bom, pelo menos a donzela não se assustou comigo.

E gargalhou por alguns instantes até que a dor em sua coxa, o trouxe de volta a realidade

- Maldito peixe, além de tudo é venenoso.

O local da mordida aos pouco ficava roxo, e ele sabia que precisaria de cuidados para recuperar-de, pensando assim, tomou o caminho à oeste, rumo as águas frias de Aphros.

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